SPCD, A História Continua...

Pela primeira vez na história deste blog, nós passamos juntos uma semana bem diferente: sem vídeos e as histórias que rondam os mesmos, para dar lugar a uma dança diferente: a dança das palavras!
Último dia, última matéria, mas não último capítulo, pois a história continua sendo escrita todos os dias, de diversas maneiras.
O tema da matéria de hoje são os projetos da SPCD, e dessa vez não será a Marcela que os descreverá para vocês, mas sim eu contarei com as minhas próprias palavras.

Projetos que não Param Nunca!
Um dos vários projetos comentados pela Marcela é o chamado PDHFAD, que tem um nome bastante comprido: Programa de Desenvolvimento das Habilidades Futuras do Artista da Dança. Ele foi criado pensando naquele momento em que os bailarinos deixam os palcos... O que ele vai fazer da vida? Como sabemos, aqui não existe aposentadoria para bailarinos. A grande maioria quando para de dançar parte para as salas de aula, mas será que tem mercado para todos? Por isso esse projeto interno vai preparando os bailarinos da companhia a desenvolverem alguma outra área, mas sem perder o vínculo com a Dança.
As bailarinas Michelle Molina e Fabiana Ikehara, por exemplo, descobriram o amor pela fotografia, e já tiveram os primeiros ensaios publicados no Programa de Sala de setembro do ano passado, que fala da estreia da obra In the Middle, Somewath Elevated, de Forsythe, além também do blog da companhia, onde pode ser lido aqui.
Outro bailarino que posso destacar é o Yoshi Suzuki, que se dedica à arte do desenho. Ele utiliza técnicas e traços do estilo mangá (desenhos japoneses) para representar os momentos mais marcantes de uma peça. Ele contribui com as matérias da coluna Repertório para a Capezio Magazine, além também de ter uma parceria com a Gargouillade Artigos de Ballet, onde criou uma linha com 4 estampas de camiseta, todas baseadas em ballets de repertório: Dom Quixote, La Fille Mal Gardée, A Bela Adormecida e Harlequinade.
By Yoshi Suzuki

Além da Fotografia e do Desenho, os bailarinos também tem a oportunidade de se aprofundar em outras áreas: Pesquisa, Coreografia, Ensaidor, Auxiliar de Ensaio, e claro, eles também aprendem a dar aulas.

Vinculado a esse programa, foi criado em 2011 o "Processos Coreográficos", que segundo as palavras de Inês Bogéa, "nasceu para ampliar o espaço dos bailarinos com foco em sua formação profissional". Nesse projeto os coreógrafos criam para os bailarinos, e eles participam ativamente se envolvendo em toda a estrutura, correndo atrás de figurinos, música, enfim... Todos os detalhes técnicos da produção de um espetáculo. No final do ano passado, na Galeria Olido, aqui em São Paulo, três desses trabalhos foram levados à público, como pode ser lido em maiores detalhes aqui.

Outro projeto que ganhou forma e que já está com a segunda edição à todo vapor é o Ateliê de Coreógrafos Brasileiros. A SPCD sempre teve uma preocupação com a dança do nosso país, e por isso todos os anos eles convidam um coreógrafo para criar uma obra inédita para a companhia. O Ateliê foi criado se fixando nesse pensamento, com o intuito de dar maior voz aos profissionais da dança brasileira.
A estreia da primeira edição se deu em dezembro de 2012 no Teatro Geo, onde foram apresentadas as obras Pormenores, de Alex Neoral; Azougue, de Rui Moreira; e Mamihlapinatapai, de Jomar Mesquita.
Ammanda Rosa e Nielson Souza em Pormenores, de Alex Neoral
Crédito: Arnaldo J.G. Torres

As obras citadas foram se incorporando no repertório da companhia ao longo desse ano, e o sucesso foi tanto que eles iniciaram a produção de um segundo Ateliê. Dessa vez os artistas convidados foram Luiz Fernando Bongiovanni, que já teve sua estreia na temporada de junho da SPCD no Teatro Sérgio Cardoso com a coreografia Utopia ou O Lugar que não Existe, e Ana Vitória, cuja obra, ainda sem nome, será levada em dezembro também ao palco do Sérgio Cardoso.

E um último projeto que eu gostaria de comentar que teve início no final do ano passado é o Dança em Rede, uma plataforma virtual baseada no site Wikipédia, onde as pessoas podem se cadastrar e criar verbetes ligados à área da Dança. Mas esses verbetes não se restringem apenas sobre as informações ligadas aos ballets de repertório e seus criadores, mas também à escolas de dança, festivais, companhias profissionais e amadoras, profissionais da dança e outras ações ligadas à essa arte, fazendo um verdadeiro mapa da Dança no Brasil.
Eu já fiz o meu cadastro, estou fazendo as minhas contribuições, e também já cadastrei a escola que eu faço aula. Se você também quiser fazer o mesmo, é só acessar: http://spcd.com.br/dancaemrede/

Conforme foi dito pela Marcela no dia da entrevista: "A todo o momento surge um projeto novo, as ideias aqui são como os passos da Dança: elas estão sempre em constante movimento".

Muitos devem se perguntar porque eu demorei tanto para compartilhar essa história com vocês. Vários são os motivos, mas a certeza é só uma: eu a publiquei no momento certo! Mas muito se engana quem pensa que essa história termina com um ponto final, como na maioria dos livros que a gente lê. Essa aqui, em especial, termina com reticências, pois é uma história que simplesmente não para de ser escrita...

Obrigada à SPCD pela oportunidade de conhecê-los!
Obrigada à todos pela excelente companhia!

Até a próxima vez...

*Entrevista com Marcela Benvegnu, Coordenadora de Educativo, Memória e Comunicação, realizada em 29/10/2012 na sede da SPCD, em São Paulo/SP

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